27.10.11

Liberdade, Liberdade!

Sangra o coração o dispêndio da juventude
Em favor do sucesso – e, tudo é incerto.
Risos calados, lembranças que não ocorrerão,
Momentos outorgados em favor de interesses,
Interesses de um mundo que só quer de ti o tempo
 – Roubam-se os amores em prol dos números –
O mundo em que ter é melhor do que ser.

E quando velho, de que se orgulhar?
Afinal, bela ou sofrida, a chance que temos é o agora,
Só se vive uma vez, só se vive esta vez.
E de que viveremos? Das lembranças do quase?
Dos filhos, que deixamos de ver crescer para ganhar mais?
Dos passeios que adiamos, das conversas que não tivemos,
Dos amores que preferimos abandonar?
Do tempo que vendemos?

Seja lá o que for, rasgue os planos, queime seus papéis!
Viva o dia, viva a vida, seja complacente contigo mesmo!
Afinal, quem planta liberdade colhe momentos,
Quem planta sucesso colhe futilidade
 – alimenta-se daquilo que não lhe pertence.

[Lucas Magalhães]

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